Festival das A.R.T.E.S - Afetos, (Re)existências, Transmutações, Encontros, Subjetividades
11/08/2014 - Segunda-feira
14:00-18:00
Oficinas
Oficina de Fotografia com Louyse Gerardo (Rio de Janeiro)
A oficina tem como objetivo abordar a fotografia de modo experimental, através de outros sentidos, além da visão. Por meio de dinâmicas e atividades onde o visual não deverá ser explorado, dando assim espaço para que outros elementos psíquicos venham a ser aprimorados, proporcionando assim uma maneira nova de se interpretar e compreender o ato fotográfico.
Para conhecer mais sobre o trabalho de Louyse Gerardo, acesse:http://www.louysegerardo.com/
Taxa de inscrição de 15 reais a ser paga no início da oficina. VAGAS LIMITADAS. Para as inscrições, enviem-nos seu nome completo e RG no e-mail, bem como o nome da oficina escolhida: [email protected]
Local: Bosque da Unesp.
19:30-21:00
Abertura oficial do evento: Desertar: infinitivo do substantivo deserto
Conferência de Abertura com a Prof. Drª. Dolores Galindo.
Local: Salão de Atos.
21:00 - Ninho , com Danielle Millioli
O que pode um ninho que não procria? Essa questão mobilizou o processo de criação de Ninho, um trabalho em Dança Experimental Contemporânea inspirado nos pombos domésticos que, ao construírem seus ninhos sobre as casas humanas, problematizam seu funcionamento. A ideia foi construir um grande ninho com materiais utilizados por essas aves como uma ambiência/palco para a dança. Para a forma-ninho, a artista sentou-se sobre os materiais num processo de reprodução impossível: a procriação desnecessária ao seu funcionamento. Após a criação do ninho, a artista, parcialmente suspensa pelos braços por uma corda e usando pernas-de-pau, explorou movimentos relacionados a esse semi-afastamento do chão e a ambiência sonora composta por sons que mesclam intensidades naturais (ventania) com ruídos urbanos. Buscou-se em Ninho a restauração da função transitiva do corpo, suas possibilidades de regeneração que envolvem mudanças estruturais e sustentabilidade dos devires. Ninho experimenta e propõe um mundo natural-cultural, nos termos da feminista Donna Haraway, onde a natureza nos convida a composições problematizadoras e não a traduções literais: dança que desvia do “destino natural” que acaba por esterilizar a singularidade dos modos de viver.
Local: Em frente ao Salão de Atos
12/08/2014 - Terça-Feira
14:00 - 18:00
Oficina: Descolonizando Corpos e Imagens,
Prof. Dra. Angela Donini
Para as inscrições, enviem-nos seu nome completo e RG no e-mail, bem como o nome da oficina escolhida: [email protected]
Prédio II de Psicologia, Sala 1.
21:45
Lançamento de livro: Transversos de Kwame Jonathan
Sobre o livro
“Morreria, se lhe fosse vedado escrever?”. É com essa questão, do livro “Cartas a um jovem poeta”, de Rainer Maria Rilke, que me enveredou por essa dança literária.
As mais diferentes respostas que me dei vem nas página seguintes, desse finito livro, repleto dos meus infernos diários.
Não dava mais para se arrepender do futuro.
Estou inventado minhas próprias palavras, porque as que me deram não me cabem mais!
Não cabemos mais na forma!
Aprender a metamorfose que é: Desescrever!
E foi assim que escrevi esse livro com os pés na cabeça e as mãos no chão. No altar que é a beira da cama.
Muitos desses versos não são meus por inteiro, vieram de parcerias dadaístas, meias-palavras, sorrisos, olhares e outros gestos essencialmente in-significantes.
Na maioria deles não me reconheço, só reconheço o nome no final, mas a autoria me é estranha.De trás para frente.
Não sou artista contemporâneo, sou menino de espírito velho e arteiro, um ofício invocatório, fragmentado e eletivo. Só tentado escrever um poesia suja de intelectualismo e sedentarismo, pois é muita dor para esquecer e muito amor para querer morrer.
Coloco aqui minha etérea substância infinitamente a circular. Senti que estava na hora de os bastidores virem à cena.
Sobre o autor
Nasceu em 1987, em São Paulo, capital. Fez graduação e mestrado pela Unesp de Assis-SP, em Psicologia. Começou a escrever histórias ainda criança. Nos últimos anos assumiu a poesia como a sua principal criação, possui duas poesias publicadas pelo concurso “Novos Poetas” da editora Vivara. Atualmente, trabalha como psicólogo. Neste sentido, seu ofício sempre foi à palavra. Ela e suas metades foram sua ponte, fonte de seu desejo e seu mundo.
Local: Sala da Congregação
13/08/2014 Quarta-Feira
18:00-18:20
ABRACE!
A performance é uma intervenção junto à comunidade visando uma discussão, via atividade performática, sobre as investidas tecno-biopolíticas sobre o corpo e sobre as violências de gênero praticadas contra mulheres. Seguindo alguns pressupostos teórico- metodológicas advindos das produções feministas e queers no campo da arte, a performance "ABRACE!" visa discutir a violência simbólica, física e sexual sofrida por mulheres e renegociar, através de apropriações de significados culturais sobre esses temas, modos de subjetivação e práticas de resistências que podem mobilizar contestações políticas. Em "ABRACE!", duas mulheres são expostas a situações de agressão, interagindo com elementos que simbolizam a opressão, os dispositivos discursivos, a imposição social dos papéis esperados, os apagamentos, a submissão, o machismo; e, por outro lado, ao se construir com o público a sensibilização pela dramaticidade, os momentos de resistência, de luta, de coletividade, de superação, de crítica e de sensibilização.
Local: Em frente ao Saguão de Letras, Prédio I. Unesp, campus Assis.
18:30 - 18:45
“Entre Calçadas”
O Grupo de Estudos do Corpo do Ator – GECA desenvolve pesquisas relacionadas ao trabalho do ator-criador, colocando como base os trabalhos de Grotowski, Eugênio Barba, Burnier e seu grupo LUME da Unicamp. Com base nessa pesquisa surgiu a cena “Entre Calçadas” que mostra, além do trabalho corporal dos atores, um pouco da vida e das condições de crianças de rua e insere o público em um contexto que o faz refletir e se emocionar. A finalidade dessa cena consiste em expor algumas peculiaridades da criança em situação de rua e documentá-las. Além disso, pretende-se sensibilizar o assunto retratado para o fato de que a atenção a essa categoria transcende o âmbito da assistência e trata-se, inclusive, de um exercício da cidadania. A cena foi desenvolvida por meio de uma análise psicanalítica do conto “João e Maria”, somada ao conto “A menina que vendia fósforo” e a alguns documentários sobre o abandono infantil com relatos de crianças e pais sobre o tema. Assim a peça conta, por meio de brincadeiras e lembranças, a história dos irmãos João e Maria, que fugiram de casa devido aos maus tratos dos pais e dificuldades de suas vidas, tendo assim que morar na rua. Buscamos através dos movimentos, gestos, sons, signos e elementos épicos estabelecer relação de reflexão do público. Jogando com as quebras de sentimentos e ritmos, o público consegue ver o lado lúdico da criança dentro de um ambiente violento e traiçoeiro que não favorece o seu crescimento humano. A cena foi extremamente bem recebida pelo público e então o grupo direcionou seus esforços para desenvolvê-la e a partir de então começou a entrar em contato com as crianças de rua maringaenses por meio de projetos específicos como o Programa multidisciplinar de Estudos, Pesquisa e defesa da Criança e do Adolescente (PCA), o que deixou a cena mais próxima da realidade e motivou os membros do GECA a procurarem fortalecer a parte técnica/corporal do grupo. O problema da criança em situação de rua é um fenômeno social resultante da história e da política econômica do Brasil.
Local: Salão de Atos
19:00 - 19:30
“Vermelho em Branco e Preto”
“Vermelho em Branco e Preto” transita o universo dos anseios dos anos 70 em uma busca transformadora das situações vividas para uma atualidade inegável, tendo como ponto de partida contos selecionados do livro “Morangos Mofados” de Caio Fernando Abreu.
Em “Vermelho em Branco e Preto” o universo dos contos de Caio é exposto em um jogo cênico onde os intérpretes trazem para a cena algumas vivências descritas no livro. O MOFO nomeia a primeira parte da peça, assim como também a primeira parte do livro, e nesse momento medo, a insegurança e a restrição de liberdade dominam as cenas. Na segunda parte da peça, os MORANGOS (como também a segunda parte do livro), são permeados por uma imensa dor e por um jogo de desequilíbrios psicológicos.
Aspectos das relações humanas, retratados pelos contos, guiam a dramaturgia do espetáculo. As cenas são construídas por partituras corporais, embaladas por canções que permearam a época da escrita do livro.
O curta-metragem trata da precarização de uma universidade pública, sob regência de uma péssima administração que pensa que o cargo de Reitor deveria exercer a função de Rei. A duração do vídeo é de quatro minutos e foi realizado pela Láudano Artes e filmado dentro da Universidade Estadual de Maringá com o auxílio de alunos do curso de Artes Cênicas, Artes Visuais e Comunidade Universitária em geral.
20:00
Exibição do documentário Cassandra Rio – A safo de perdizes.
Sobre o documentário
O projeto de “Cassandra Rios: a Safo de Perdizes” nasceu do desejo de não apenas relembrar a trajetória de Cassandra Rios, mas também apresentá-la às gerações atuais. “Cassandra foi a primeira autora a abordar o lesbianismo de forma aberta na literatura brasileira, tendo começado a publicar em 1948, e a primeira também – espantosamente – a falar da mulher como um ser sexual, que tinha desejo”, conta Hanna. Para a realizadora, o documentário é dirigido “a todos os jovens que nunca ouviram falar dela e também aos mais velhos, que lembram mas faz tempo que não pensam nela”. “Está mais do que na hora de começarem a repensar a contribuição heroica que essa mulher fez ao movimento LGBT e à literatura em geral”, defende.
Sobre Hanna Korich
Paulistana, advogada e graduada em Comunicação Social com especialização em Rádio/TV pela Faap, fez parte do Conselho de Atenção à Diversidade Sexual do município de São Paulo representando as lésbicas. Em 2008, junto com Laura Bacellar criou a primeira e única editora lésbica da América Latina – Editora Brejeira Malagueta www.editoramalagueta.com.br. Escreveu junto com Laura Bacellar e LúciaFacco o Livro Frente e verso, visões da lesbianidade, publicado pela Editora Malagueta em 2011. Foi colunista do site Dykerama, apresentadora, produtora e roteirista do programa de TV por internet As Brejeiras.
Sobre Cassandra Rios
Cassandra Rios, nascida Odete Rios em 3 de outubro de 1932 no bairro de Perdizes, São Paulo, foi sem dúvida a escritora mais importante para a literatura lésbica no Brasil. Autora muitíssimo lida, responsável por sucessos de público mais expressivos que os livros de Jorge Amado, chegou a vender mais de um milhão de exemplares nas décadas de 1960 e 1970.
Retratou as lésbicas, o submundo homossexual em São Paulo e os dramas vividos por quem pertencia às minorias. Muitos de seus livros foram considerados pornográficos, tendo 36 (entre seus mais de 70 títulos publicados) sido censurados pela ditadura militar e recolhidos da praça.
Seus livros estão esgotados, havendo apenas quatro títulos em catálogo, e sua carreira de desafios é desconhecida das gerações mais jovens.
Local: Salão de Atos
14/08/2014 Quinta-Feira
14:00 - 18:00
Oficina de Drag King com Patrícia Lessa (Maringá, PR)
QUAL/COMO É A TUA MASCULINIDADE?
Como vestir uma masculinidade sem homens?
As participantes devem trazer para o curso os seguintes itens: - Roupa convencionada como masculina (terno, colete, calças, camisa, cuecas, shorts, regatas, roupas de esportes ou profissões convencionadas como masculinas etc); - Acessórios convencionados como masculinos (chapéu, gravata, boné, cinto ou cinturão galdério ou cowboy, sapatos, botas etc.); - Maquiagem básica (lápis de olho para ajudar nos contornos da barba e/ou bigode); - Faixa abdominal ou atadura de 10cm de altura ou maior; - 1 Preservativo;
OBS.: - As roupas e acessórios devem ser pensadas de acordo com a proposta de masculinidade a ser performatizada durante a Oficina; - A oficina é voltada para mulheres, cis ou trans. O número de vagas é limitado a 12 para podermos pensar e construir no grupo as propostas de masculinidades. As inscrições devem ser feitas pelo e-mail do evento: [email protected]
Para as inscrições, enviem-nos seu nome completo e RG no e-mail, bem como o nome da oficina escolhida: [email protected]
Local: Prédio II de Psicologia, Sala 1.
18h30 - 19h30
Luciana Codognoto com Por entre canções: música e processos de subjetivação
Salão de Atos
19:30 - 20:00
“Dança do Ventre: A Vida em Ato”
O grupo de Dança do Ventre que ocorre no espaço físico da “Universidade Estadual Paulista” de Assis nasceu no ano de 2013 e é composto por alunas, ex-alunas e pessoas da cidade. Para além das técnicas de dança e profissionalização, o interesse comum se baseia também na produção de momentos de prática e partilha de vivências, conhecimentos sobre a natureza, o universo, o sagrado feminino, e todo tema que interessar ao grupo. A liberdade de construção de si e da dança durante os encontros, a possibilidade de conhecer nossos limites e transpolos, assim como a de improvisar, nos da margem a nos constituir subjetivamente no próprio ato de construção da dança. O improviso e os imprevistos dos movimentos da dança (mesmo quando há passos marcados) se entrelaçam aos movimentos da vida de cada um ( dançarinas e espectadores), já se saber onde termina a arte e onde comea a vida. Na tentativa de deixarmos de ser objetos de sedução aos olhos famintos, nos tornamos qualquer coisa que seja mais parecida a feixes ou luminescências, potência em ato, que nos encontros sorrateiros dos movimentos, podem se encontrar com outras forças e potências.
Local: Salão de Atos
20:00
. Piano Doce .
. As notas atravessam o piano como se a melodia surgisse entre as palavras ainda caladas .
. As músicas passeiam entre um ritmo e outro, como se os sons tocassem os compassos entre as tantas danças possíveis .
. O sabor e a suavidade das notas inundam o silêncio que o instante não consegue explicar .
. Franciele Castilho . Luan Ramos . Paul Silveira . Vinicius Dias Zurlo .
Local: Salão de Atos
15/08/2014 - Sexta-feira
Festa de encerramento no Galpão Cultural
19:00-19:30
Juan Barbosa Pais
Apresentação Solo
Pop rock internacional e nacional e MPB.
19:30- 20:00
Companhia de Dança Alessandra Al Faid
20:00- 20:30
OS ESPALHA TRALHAS: ‟Ói nóis aqui traveis‟
O espetáculo “Os Espalha Tralhas: ói nóis aqui traveis” atualmente tem 24 integrantes e os números apresentados são: contorcionismo, malabarismos, palhaços, equilibrismo e acrobacias.
21:00 - 21:30
Sobre Noz de Caju
A dupla “Noz de Caju”, formada por nós, Gabriela Andrade e Guilherme Rodrigues, nasceu de encontros, nos quais o gosto pelo samba, pela mpb, pela bossa nova e por toda a música que fala com/sobre o povo daqui, nos juntou para “fazer um som”.
Primeiramente, esse som aconteceu de maneira espontânea, sem pretensões e sem ensaios, como no Sarau do Frepop, ocorrido na Unesp/Assis, em maio desse ano. Semanas depois, fomos convidados para participar da Festa Junina da Unesp, para a qual vimos a oportunidade de nos preparar melhor, combinando ensaios, pensando repertório e afinando nossas afinidades musicais.
Com isso, surgia o desejo de novas possibilidades, pois, assim, poderíamos continuar a nos afinar e a repensar nossa apresentação, que até agora passou por canções mais consagradas, como as de Vinicius de Moraes, Cartola, Chico Buarque, Paulinho da Viola; e também mais atuais, como as de Chico César e Adriana Calcanhotto.
Assim, vemos no Festival das A.R.T.E.S um bom ensejo para reafirmar nosso desejo de, agora, além de “fazer um som”, também nos aventurar em expor esse som. Pois entendemos que a arte só pode ser em contato com o mundo, isto é, em contato com o público.
20:30-21:30
Banda Black Time
Trata-se de uma banda formada por 5 integrantes: Cláudio Sardinha (violão); Felipe Tobias Brahim (contra-baixo); Frederico José (percussão); Henrique Uva do Amaral (violão); e Luther Falcão Gagnin (violão). A proposta da banda é a de proporcionar um espaço para que sejam tocadas músicas relacionadas ao estilo rock, mesmo que sejam as mais “pesadas” (tais como o metal), daí o nome “Black Time”. Faz-se interpretações de bandas como: Metallica, Rage Against The Machine, Slipknot, System Of A Down, entre outras; embora também seja possível a apresentação de músicas de autoria própria. Para este evento, especificamente, pretende-se fazer um arranjo e adaptações próprias, que permitam um som acústico; assim, será valorizado solos e duetos, instrumentais e vocais, e tudo o que possamos fazer para deixar o trabalho mais rico.
23-00
Sarau
A partir das 01:00
Discotecagem com Paula Silveira
Endereço do Galpão Cultural
Travessa Sorocabana, 40.
EXPOSIÇÃO DE ARTES VISUAIS – 11 – 15 de Agosto.
Saguão do prédio I de Letras da UNESP, campus Assis.
Fotografia
Louyse Gerardo de Medeiros
ELE (2014)
O trabalho "ELE" mostra de um modo intimista o conflito interior que todos nós possuímos quando estamos sozinhos.
As transparências foram usadas para mostrar a fragilidade existente dentro do ser, criando desta forma, um a maneira de refletirmos o que se passa na nossa mente quando nos encontramos na companhia de nosso "eu". O corpo desnudo nos desprende das correntes do contrato social que tem os que manter para mascarar aquilo que só nós conhecem os e que interage diretamente ao despir-nos.
É dessa forma que nosso corpo reage ao libertar-se de algo que o cotidiano nos impõe e por esse motivo, nos encontram os em um paradoxo que nos faz questionar o que querem os e o que devem os ser, criando um a ambiguidade em nossa alma.
Bruno Pereira, Franciele Castilho dos Reis e Melina Garcia Gorjon
CORPOLÍTICO
Corpos fugazes não se prendem, apenas deixam rastros de impressões. Aparecem transplantados de sua fuga e combinando-se ao ambiente onde se dissipam feito onda que quebra no peito rochoso da encosta. Assim é este o caminhar que buscamos na fotografia, transfigurando-a. Toca-nos dizer do processo atado de uma determinada arte, como no caso da fotografia, onde o artista que rege a obra é na sua maioria um homem, poucas são as mulheres que ganham alguma simpatia, o resto jaz nos becos ou nos sótãos empoeirados da estética. Sabemos que a arte num geral ainda não é um espaço democrático, pelo contrário, ela segue elitista, branca e machista. De uma forma sutil quando vemos um nu feminino temos a ideia de que essas barreiras estão sendo quebradas e até podemos imaginar algum avanço nesse âmbito, conduto esse tipo de arte é só uma reedição da arte secular, seja aquela guardada na galeria na forma da Vênus de Milo ou na revista masculina encontrada nas bancas de revistas. O nu já não cabe no enquadramento dos olhares de apreciação, o corpo feminino quer derreter a moldura e infringir as arestas dos lugares cercados. É reivindicado aqui o olhar por trás da lente, o olhar que muitas vezes sem saber está na posição de poder, classe, cor e gênero. Como diluir essas barreiras? Não só é importante discutir esse concreto que aprisiona a arte, como é preciso fazê-lo pó e disparar o instinto corrosivo que existe n@s artist@s. Assim aos poucos serão implantados polens de germinação transformadora em toda a estrutura controladora que é a arte hegemônica que captura o vir a ser no processo de criação.
Laura Requena
Uni[n]verso
O projeto surgiu com o incentivo de dois professores da Unesp/Assis; as fotos foram tiradas para uma eventual exposição na Instituição. O objetivo do ensaio é a des-construção do corpo. As partes são separadas, posto que formam um todo quando estão juntas, mas é possível notar que cada uma dessas partes apresenta seu universo particular; ou seja, um corpo novo em cada linha, em cada olhar, em casa traço. A principal – e mais simples – técnica utilizada no ensaio foi a Golden Hour, esperávamos sempre que o sol estivesse se pondo para que as fotos tivessem essa iluminação sutil.
Malika Gaudin-Delrieu
La vie en Rose
Desenho
Mariana Pereira de Vasconcelos
Acorrentadas, ...sem mais.
Primeiramente, falar em arte remete pensar na “atribuição” do que seja ou não arte, pois algumas obras conquistam certa permanência no tempo através da aprovação do mercado, de críticos de arte, ou de movimentos artísticos e políticos, teríamos desse modo avaliações a respeito da técnica, do belo e do útil. Vista a arte como intermédio, apresento desenhos que se pretendem carregados de significados e provocações, pois ilustrar é meu maior meio de expressão, e gosto de utilizar temas que remeta ao aprisionamento. O trabalho apresenta como temática: Mulheres, de modo a tratar diretamente as discussões de violência de gênero, pois acredito que as imagens além de já serem carregadas de teorias e experiências, compartilham e se recriam no olhar de quem as veem.
Letícia Faggian Giovannetti
O transbordar do inefável.
Transbordar é um estado de ser. Do ser.
É quando a vontade de voar é tamanha, que horizontaliza.